História da
AAATLA

O site oficial da Associação Académica da Atlântica encontra-se em fase de manutenção e atualização, de modo a reforçar a transparência, a modernização e a proximidade com todos os estudantes. Durante este período, algumas secções poderão não estar acessíveis, mas garantimos que a AAATLA continua a funcionar em pleno, com os seus órgãos ativos, iniciativas em curso e projetos a avançar com determinação.








A história conhecida e mais ou menos bem documentada da Associação Académica da Universidade Atlântica (AAUA), posteriormente transformada na Associação Académica da Atlântica (AAATLA), desenrola-se ao longo de mais de uma década de experiências, crises, reformas, renovações e soluções sustentáveis.
No período de 2011–2012, verificava-se uma coesão estudantil típica dos primeiros anos de uma associação em contexto universitário, fortemente influenciada pelas tradições de integração académica e, em particular, pela praxe. Este momento refletia uma vivência intensa entre os jovens do ensino superior, com forte enraizamento nos rituais e dinâmicas sociais que caracterizavam a época.
Entre 2012 e 2015, a associação esteve marcadamente dominada pela organização de festas e eventos, num ciclo de atividades em que a Comissão de Praxe assumia uma influência quase incontornável. As práticas recreativas e a calendarização de convívios académicos foram o traço mais visível deste período, com reduzida atenção às dimensões institucionais ou de representação estudantil formal. A 16 de julho de 2014 realizou-se um debate entre as duas listas candidatas, a Lista A, encabeçada por Joana Gonçalves, e a Lista R, liderada por Carolina Santos. No entanto, essa centralidade da praxe, ainda que tenha proporcionado momentos de forte adesão social, limitava a associação no seu desenvolvimento enquanto estrutura representativa e legalmente robusta.
Já entre 2015 e 2017, a documentação é escassa, mas existem referências à tentativa da antiga AAUA em estabelecer relações com entidades externas, incluindo a autoridade política local, nomeadamente o Município de Oeiras. Esse esforço de abertura institucional assinala uma mudança de orientação, sugerindo que, mesmo em meio a fragilidades documentais e organizativas, se procurava projetar a associação para além da esfera interna dos estudantes.
O ano letivo de 2017–2018 constitui um marco pela particularidade de ambas as listas concorrentes às eleições integrarem elementos relevantes da Comissão de Praxe. A disputa entre listas adversárias compostas por membros dessa estrutura revela que a praxe, mais do que um eixo unificador, se tornara um campo de tensões internas, refletindo visões divergentes no seio do movimento académico. Este episódio ilustra como as divisões ideológicas e organizacionais se manifestavam também no espaço estudantil.
Em 2018–2019, a AAUA encontrava-se a funcionar de forma irregular e ilegal, numa configuração excecional que incluía onze vogais na Direção, número extraordinariamente elevado e sem paralelo anterior. O Conselho Fiscal operava sem vice-presidente, situação que, embora irregular, tinha precedentes em anos anteriores. Esta estrutura profundamente desajustada simbolizava a desarticulação e ausência de conformidade estatutária que marcavam o final da década de 2010.
No período de 2019–2020, surgiram tentativas de reforma interna. A associação enveredou por um esforço de saldar dívidas e regularizar a sua situação, mas enfrentava dois obstáculos: a falta de envolvimento dos estudantes e o advento da pandemia de COVID-19. Com as atividades académicas presenciais suspensas, o modelo tradicional de proximidade física — baseado em festas, eventos e contacto direto com os alunos — colapsou, mergulhando a associação numa crise de sobrevivência.
O período de 2021–2022 foi de retoma parcial após a pandemia, mas manteve os mesmos problemas estruturais: dívidas acumuladas, fraco envolvimento estudantil e irregularidade legal. Embora alguns eventos tenham sido organizados, persistiam divergências quanto ao rumo da associação e à intensidade do esforço colocado pelos diferentes membros, originando tensões internas.
Em 2022–2023, a antiga AAUA procurou uniformizar-se, com maior inclinação política e tentativa de manter contacto constante com as entidades universitárias. Contudo, este movimento não era isento de suspeitas de ganhos secundários para alguns membros, denotando que o percurso ainda se encontrava permeado por interesses particulares.
A partir de 2023, inicia-se uma fase de melhoria gradual. O período de 2023–2024 ficou conhecido como o início da era clássica da AAATLA. Foram criados departamentos, destacando-se o de Políticas Educativas e Mobilidade, que se orientou para a representação efetiva das preocupações estudantis, afastando-se da lógica de mera organização de festas ou obtenção de privilégios institucionais. É também neste período que se considera que terão surgido os novos Estatutos, estabelecendo a base normativa que sustentaria as reformas seguintes.
O ano de 2024–2025 assinala a vitória da Lista U, que se comprometeu a executar a visão estatutária. A associação passou a realizar Assembleias de Estudantes regulares, nas quais os alunos tinham espaço formal para apresentar preocupações e propostas, vinculando a Direção a cumprir as deliberações. Foram criados Núcleos, como o de Fisioterapia (NEFISIO), e instituídas Comissões que permitiam aos estudantes desenvolver projetos próprios com apoio da associação. As estruturas ganharam maior formalidade e o ciclo de funcionamento passou a basear-se numa matriz de legalidade e transparência, reforçada por resoluções institucionais que regulamentaram áreas como comunicação, loja académica, observatório de direitos estudantis, supervisão do Conselho Fiscal e competências da Mesa da Assembleia.
Finalmente hoje, em 2025–2026, a AAATLA prepara eleições livres abertas a todos os estudantes, com candidaturas em listas, campanhas apoiadas e até financiadas pela AAATLA, debates e mesas de voto. Para evitar regressos aos períodos irregulares da antiga AAUA, encontra-se em fase de aprovação o programa estratégico AAATLA 2030, que pretende garantir continuidade democrática e estabilidade organizativa. Este plano define princípios fundamentais como legalidade, transparência, igualdade de acesso, participação e representação estudantil genuína, prevendo mecanismos de modernização digital, reforço da fiscalização, ampliação de núcleos e estruturas de apoio, promoção da investigação e ligação mais forte com a Atlântica (Instituto e Escola) e outras estruturas académicas.
A narrativa conhecida da AAUA/AAATLA pode ser dividida em três grandes fases: a primeira, de 2011 a 2019, caracterizada pela irregularidade, forte influência da praxe e repetição de nomes em cargos; a segunda, de 2019 a 2022, dominada pela crise pandémica e pela paralisia organizativa; e a terceira, a partir de 2023, assinalada pela cisão, reforma estatutária e transição para a AAATLA, com consolidação institucional e a preparação do futuro através do plano estratégico até 2030. Esta evolução marca a passagem de uma associação em estado de sobrevivência para uma entidade democrática, transparente e robusta, assente em estruturas funcionais e num compromisso renovado com os estudantes e com os seus interesses, sejam festas e eventos ou o desenvolvimento cívico e académico.












